Quando acordei a minha condição de pobre estava nítida,
senti o suor a escorrer no meu rosto
O
colchão era de palha e me cobri
com
um velho casaco presente do pai.
O
galo cantou e o sol ainda se espreguiçava,
nenhuma gota de leite por ali.
Hum! Meu corpo estava surrado,
resultado do dia anterior,
a
boca amarga e o estomago faminto.
Havia perdido tudo,
até
o direito de ser tratado com respeito.
Não, a vida não podia ter me castigado assim,
filho de um nobre jogado num piso
De
um quarto velho de madeira,
na
casa de não sei quem.
O
sol despontou, e,
lavei o rosto com algumas gotas da água
que
descia de uma torneira velha
situada no quintal daquela casa de nenhum Deus.
Segui caminhando depois de comer mangas e laranjas,
mistura esquisita de frutas.
As
únicas que encontrei por ali, sorte minha.
Andei, andei, andei até encontrar um certo sujeito
que
me ofereceu um pedaço de pão e um pouco de café.
Estava acompanhado de um menino chamado Jesus.
Contei que perdi tudo, e que minha família
havia sido queimada junto com a casa de meus pais,
ele
sorriu… Não entendi o sorriso naquele momento.
Joaquim, me disse,
quando o comportamento muda a vida muda para melhor.
Me
acompanhei do tal homem até a próxima cidade,
onde ele se despediu e seguiu viagem.
No
meio da madrugada dei um grito
clamando a Deus por piedade e dormi.
No
dia seguinte estava trabalhando feliz,
iniciando uma vida nova.
Na
minha condição de pobre homem,
fui
durante muito tempo a pessoa só,
mas
como disse, Joaquim a vida muda.
Me
tornei um pastor, casado, pai de três filhos e,
esqueci o luxo e o berço onde havia nascido,
esqueci o ódio daqueles que destruíram
a
vida dos meus pais e tentaram destruir a minha.
Deus veio ao meu encontro e levantei a bandeira da fé.
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