No passado enquanto falávamos sobre coisas particulares,

seus olhos escapavam dos meus,

era um constrangimento recíproco

reconhecer que a relação era ininteligível.

 

Na leitura dos nossos sonhos formosos,

notamos que nem amávamos o que pensávamos amar.

 

Nem desejamos, nem amávamos

o fato de querer amar.

Querer bem, talvez sim.

 

Esclarecendo no passado a qualidade

dos nossos sentimentos construímos

um muro que distinguia bem um país do outro.

 

Que duro constatar que não há como

unir duas pessoas que vivem

num mundo de vaidades desmedidas.

 

Hoje somos anciões cuja a abundância

de palavras e idéias põe nos nossos

anseios as escritas confortadoras.

Tive o desejo de lembrar as intempéries

que passamos juntos, e alguns dias de bonança.

 

Ora se foi bom! Foram muitas as tardes sentadas na praça,

folhas circulando envoltas em nossos pés,

o vento da primavera que sobrava

no rosto fresco da juventude e

as primeiras palavras de amor que deixava o rosto rosado.

 

Ah! Meu querido a penitencia imposta

não vinha de nenhum monge cristão,

mendigamos por prazer e cegueira.

 

Nesses últimos anos vivemos um crucifico

de tormentos por sermos discípulos

das nossas vaidades e desejos.

Vivemos em padrões altos,

sacrificado e briguento uma luta

assustadora pela sobrevivência.

 

Esses anos, talvez tenha valido

para uma reflexão sobre o que

de fato queríamos da vida.

Determinados a distinguir as circunstancias

que nos levaram a viver

nessa escassez de sentimentos nobres,

fragilizados e divididos,

voltamos a nos unir mais uma vez

para dar final a esse colar de sofrimentos.

 

Acho que é a primavera mais importante das nossas vidas!

Fechamos a porta de um viver enfadonho.

Quando vejo as flores das arvores sorrindo,

o vento balançando as folhas nas arvores

e seus braços finos e certo

Que recordo as nossas bochechas rosadas,

hoje flácidas e vivas desejando um beijo sincero.

 

Sangramos tanto tempo...

Mas, não houve a morte dos sonhos.

Acho que demos tudo para

não ver a morte dos sonhos.

 

 

 

 

 

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