Se não me chamas fico triste, fico louca

Perco o sentido do tempo e do espaço.

Perco o caminho que em ti foi percorrido.

Perco a consciência, perco o contato com a vida.

 

Já à noite, a grama do teu peito, sinto fria e sem brilho.

Voltas seco, arrependido e morto.

Esta sedução te alucina, te consome dia e noite.

É uma espera cruel.

“Ah! Este segredo íntimo.”

Intolerável, absurda idéia:

“Preciso um alarme contra ladrão”.

 

Chamas-me louca.

Injusta ânsia!

Deixa esta vida. És-me infiel?

Segues fraco e inquieto.

Deixa meu amor que eu te perdoe,

Que eu te mime, que eu te cure.

A vida é curta.

 

Amor, não há tempo para mal viver.

Desculpe, mas há um sorriso novo, fresco,

Um peito amigo e mãos abençoadas.

Um abraço forte e um suspiro franco.

Voltei a sentir a lua nas minhas madrugadas

Ah! Vida. Ah! Noitadas.

 

O samba no Rio, amigos...

Perdão aos erros.

A benção aos corpos...

A vida volta,

constrói-se novas estradas.

E meu coração bravo lateja, foi-se um amor

porém ficou-me a lua e a madrugada.

 

Sinto como se um furacão violento me levasse de volta

àquelas tardes ensolaradas,

maravilhosas e sombreadas pelas árvores.

O amor tocava nas cordas de meu pequeno coração

Bossas novas, loucas paixões da puberdade.

 

 

 

 

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