A flama do amor mantém fogoso, indígena.
A pulsação traz uma sofreguidão desgastante.
O tique-tique vem da polemica imposta
pelos seus, mulher.
Requer muita compreensão e paciência.
Me aferroar é redundância dos meus sentimentos,
enquanto falácias indígenas
são ditas
levando você a duvidar das minhas palavras.
Sabemos que nosso corpo formiga,
quando estamos juntos Dadá,
meus mimos, beijos e cafunés
abrandaram nossos espíritos, e,
deixaram nossas vidas descomplicadas.
Jamais iria tocá-la mulher indígena,
se você não permitisse, minha preciosidade.
Ontem olhei a lua brilhar em frente ao Rio Jaburi,
um raio rasgou o céu e os pingos de chuva
furaram o rio brilhante,
ele não chorou, sorriu de alegria.
Enquanto eu recordava você saudoso e
melancólico acabei sentindo vergonha
da minha fragilidade diante
de um mundo tão grande,
tão maravilhoso, mais as vezes
pequeno ao meu redor.
Dadá, algumas horas sem te ver
acabaram virando séculos.
Estou num pássaro prateado tentando
chegar no meu monastério.
Não sou um homem daí, das matas e
rios onde você nasceu.
Sou um homem das cavernas,
das ruas que circulam entre prédios imensos
que sombreiam as calçadas, eliminando o sol.
Indígena, sou um homem como todo homem,
meu coração pulsa como o seu.
Voltei às minhas origens inquieto e insatisfeito,
refletindo sobre as maravilhas de dias
que passei perto de você,
tentando entender o mundo que você me apresentou
de passarinhar, de iguarias de riquezas mil…
Piedade Deus!
Piedade para um levita hermético
que se encantou com o amor de uma mulher indígena.
Piedade Indígena,
ainda pulsa teu sangue no meu peito Dadá.
Viva a palavra, a honra, e a liberdade Senhor!
Viva o amor no coração dos homens!
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