A vida me define como escritora,

o problema é que não consigo

encontrar esse caminho que

ela me empoe seguir,

sem que não seja atropelada

pela imensa dor de ver

minhas poesias sendo ignoradas.

 

O poeta escreve quando sente

a profunda necessidade

de relatar uma história,

ou dizer algo que é mais importante

naquele momento que a própria vida.

 

Ah!... Se eu soubesse

que a poesia iria chegar de mansinho

na minha vida para ficar

até o meu último suspiro,

talvez tivesse mudado

o rumo dos meus dias.

 

Hoje no pique da montanha

dos meus anos vividos,

fica o amargor de alguns erros,

e tentativas no amor que não

me deixaram tocar na ponta

da saia da felicidade.

Naturalmente minha cintura

não estaria rígida,

nem minhas poesias estariam circulando

como pedras sem destino.

 

A brisa do mar não chega mais como antes,

vem ferindo o ar,

machucando o corpo,

atropelando as palavras,

errando a poesia.

 

E quando a porta se abre,

alguém que aparece anda mais cansado, e

desacreditado que o todo o povo brasileiro,

tira os sapatos, veste os chinelos,

e acende um cigarro.

Não há mais o prazer das notícias,

elas viajam no meio da fumaça.

 

 

 

 

 

 

 

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