Preciso contar algo bonito, uma coisa que vi além do horizonte:

Eu a vi de costas, tinha cabelos negros e longos.

Ela tinha um andar marroquino, balançava os quadris

como as águas do rio, usava sandálias de dedo.

De baixo da saia azul turquesa um par de pernas firmes.

Os cotovelos graciosos tocavam na cintura vez por outra.

 

Ah! Que formosura...

Por onde andava, levava consigo um par de olhos.

E, quando mostrou seu perfil ”Deus dos céus”

Não acreditei que Madalena estava ali.

 

Foi ali naquele momento quando levantou

A moringa e colou no ombro esquerdo que eu

me ajoelhei.

Dalí saiu ela. Era uma mistura de princesa e escrava.

Era ela Madalena, com certeza era ela, pois Gabriela não era.

 

Tinha um par de olhos verdes e cílios negros.

Quando me viu, surgiram perolas em sua boca.

Eu vi; passou um pedaço do céu ao meu lado.

Misericórdia! Madre mia.

Sou um forasteiro um sonhador.

 

Madalena saiu vale afora e o brilho do sol caiu no rio.

Eu petrificado deixei que o tempo voasse em Tanger.

“Amorzito mio donde estás, cariño.”

Miguelito te espera.

 

 

 

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