Quando a dor de amar chegar, que seja reconhecida. O amor algumas vezes é
acompanhado de incompreensões, angústias e perguntas com respostas incompletas.
Ah!... Quem não quer ter um amor límpido como as águas da cachoeira, que caia no
coração em pingos frescos, pois o verão ardente que nos queima quando a paixão o
corpo ilumina, pede frescura d’alma e nobreza.
Tive um amor assim quando a juventude mexia meus cabelos com o sopro dos ventos,
quando meus seios firmes pareciam peras adocicadas, quando minhas pernas esquias
corriam na areia a fim de encontrar o mar de ondas no Rio de Janeiro.
A areia branca escorria no short dele, pareciam pedrinhas de brilhante
acariciando aquelas pernas sedutoras.
Meu amor tinha a postura dos deuses gregos, inteligente, fino, amoroso, tinha um
olhar profundo e sincero.
Ele era um menino quando nos conhecemos e se tornou o meu herói, o meu deus
grego, a minha loucura. Numa tarde que fazia um sol deslumbrante, depois da
escola. nos tornamos uma só pessoa. Aí, começou toda a minha pesada cruz.
Carregar aquele segredo pesava.
Fui me afastando de medo, e ele nada entendia, queria tudo; casar, viver junto,
morrer junto…
A vida tinha muito mais para os dois, então fui mudando o rumo do nosso destino.
Mudei tudo, busquei outras respostas para o meu coração. Um dia no trafego nos
encontramos por acaso, ele saltou do seu carro e alcançou a janela do meu, parou
o tráfego e me roubou o beijo mais sincero e gostoso que recebi na vida. Quando
percebi, a luz abriu e eu estava estagnada no tempo.
Ele saiu louco de felicidade, o barulho dos pneus rasgando o asfalto foi
assustador.
Consegui acompanhar o tráfego pensando na besteira que eu havia feito. Ele
depois de 25 anos ainda me amava, meu Deus grego era o grande amor da minha
vida.
Quando a dor de não saber amar, chega, que seja reconhecida. O amor algumas
vezes é acompanhado de incompreensões, angustias e perguntas sem respostas.
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