Se escondia atrás dos varais de roupas pra espiar.

O cantador usava cabelos ensopados na goma,

sempre bem barbeado.

O tal Poeta era de poucas palavras e muitos sorrisos.

O canastrão subia ladeiras pisando em pedras e barro.

Parido na lama de um bordel do interior do Rio,

fornicava com qualquer uma.

O jovem de sorriso mudo trazia o Diabo na pele amarela de pus.

Dito por elas tinha um quê de Puto, Cafetão e Homem Sério. Quando não estava ébrio.

Com pulmões furados pelos cigarros, o forniqueiro andava

de boteco em boteco com a viola sangrando miséria e dor.

Quando a lua caia na escadaria de Stª. Tereza, se deitava embebido no álcool e cantarolava alto para as tais estrelas ouvirem.

O que assistia da lua, nada mais era,

que um ponto de luz balançando no céu.

O anjo frígido do inferno esperava a morte a cantarolar. Festejava diariamente a Puta Vida!

Cantarolava, Lapa, Sta. Tereza, Estácio.

Ó minha Lapa querida…

Ninguém chega na vida senão banhado em sangue

Nem sai dela coberto de estrelas

Efêmera luz... 

 

 

 

 

 

 

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