No arraiá de Manacapuru,
é noite de São João, têm
Batata-doce e milho assado,
Bolo de fubá e o quentão.
Arri, égua!
Manacapuru véio.
Têm foguetes que atravessam os rios e as matas,
E estrelas no céu a enfeitar
Manacapuru está em festa
Viva a noite de arraiá!
Tem cabocla de saia rodada
Vem o moço de chapéu de paia
Tem quadrilha pra dançar
Hei! Balance, balança.
Viva! É São João no arraiá
Tem Mariquinha, tem Pedro,
Maria e Mariazinha
Naquela noite formosa,
A fogueira vão pular.
A cadeia está cheia, tem bandido no arraiá.
Ivem o padre e o
moço, ivem o pai
Ivem o noivo...
Nas árvores têm bandeirinhas
A noiva tá que se esfrega na cozinha.
A lua reflete no rio, e
O índio quer namorar
Dá um beijo na cabocla
Que começa a rebolar
Hei! Balance... balança.
A festa tá que comi fogo
E vai chegando o Coroné
Que entra furando o noivo,
Por causa de sua muié.
Eta! Festa do diabo
Tem fogueira e pinga-fogo
“Vem pra cá, seu índio frouxo,
Tu é o cabra macho daqui?”
“Entonces parte pra cima, moço,
Tu vai ficar uma titica assim...
Vou cortar teu cacete em pedaços...
E depois dá pra ti cumê
Fio de uma égua! Fio de uma
puta!”
Eta! Festa, eta! Luta.
No arraiá até o padre fifoca,
Desfila com a filha da Noca.
Epa! Manacapuru véio
Princesinha do Solimões!
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