Foi no primeiro olhar que a paixão nos tocou,

Até o primeiro beijo, ficamos confusos

entre desejos e pudor.

Os anos eram os da violência.

Nosso povo desprovido de fé e assustados.

Mortes rondavam as casa de famílias e

os universitários andavam

Aferrados à analogia dos fatos.

Era muito fácil identificar amor e ódio,

tudo estava junto num mesmo pote de ferro.

 

A perfídia era recíproca,

a escoria do poder ameaçava;

− Não toca em mim!

− Para trás, para trás...

− Covardes!

O relinchar dos cavalos e

o chicote de couro no lombo dos bichos

ouvia-se a distancia.

 

Não era tempo de amar em paz, nem médicos,

nem advogados, nem juízes,

nem outro homem qualquer...

Em quem confiar se o país vivia

uma controvérsia intempestiva.

Ah Jesus! Que tempo aqueles.

É que qualquer um podia ser parte

da pronta-entrega e

os anos universitários seriam enterrado

junto com os indigentes,ou sumiriam como pó.

 

Uma filha de família cheia de sonhos que

dançou a valsa “O Lago dos Cisnes”

que fez as luzes do salão rodopiarem

junto à quinze moças e rapazes,

estava claro que eu não buscava semelhante sina.

Entretanto, o véu da paixão cega,

instiga a ludibriar o destino.

Entreguei o corpo e a alma ao infortúnio e

foi quando cai nos braços da “Revolução Cubana”.

Sem noção alguma de política,

expus a vida da família ao perigo.

O que não faz um amor inconsequente,

senão jogar a pessoa a beira do abismo.

 

A volubilidade política pode levar tempo mas,

segue sendo uma roda que gira e gira e

vai carregando com ela milhões de seguidores.

Aqueles jovens nada mais são que xerocópias ambulantes,

tipografadas num papel amarelado pelo tempo.

A saudade aduziu-me ao tempo antigo...

 

 

 

 

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