Era tola a
moca, nada percebia.
Era boba, ela
não desconfiava.
Amava e vivia.
Uma sede enorme
de felicidade.
Não havia
lamentos. Vivia na um imensa saudades.
Tinha clorofila
na boca e olhar de Deusa.
Os lábios
eram de veludo e a língua de pluma branca.
A mulher tinha
um quadril de causar espanto.
Que ebulição!
Mulher de categoria.
Os seios fartos
cheirava a fruta fresca,
nos bicos açaí puro.
Patchuli na
cintura, a mulher era cheirosa como o que.
Caminhava
descalça e gesticulava,
ela saia cochichando com o vento.
Gostosa e pura!
Uma romaria
seguia a morena na rua onde morava.
Com
tamanha singeleza, ela se movia.
A saia farta e
branca,
servia pra recolher lágrimas de prazer.
Ai então, em
poucas pisadas;
encontrou um par de olhos tristes.
O jovem corposo,
cheio de desejo e
tesão, segurou a morena pelo cotovelo, e disse:
"vem ca tesão."
Cegou a moca,
que surda e muda se entregou de vez.
Numa igrejinha,
num dia qualquer de Abril,
casou a mulher com o tal corposo.
Num tempo fiel,
se foi a juventude. E o corposo zarpou!
Nunca mais se
ouviu o som daquela voz; "Tesuda"
Dai foi que
moca mudou de comportamento.
"Sou daquelas
que vêem cobrar adiantado.
Sou malandra,
tenho sede de amor,
vou te
impregnar de caricias, meu anjo.
Vem, vem..."
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