Eu era um bebê na barriga de cuia, quando aprendi que o homem tem que ser respeitado.

Assim que nasci eu reconheci o meu pai.

Foi no afagar de minhas pequenas mãos, na calma do seu respirar, no carinho de sua voz, no aconchego do calor de seu corpo que reconheci o homem mais importante da minha vida.

 

Quando abri os olhos pela primeira vez, vi sua admiração

e recebi logo em seguida um olhar meigo que me acalentou por inteira.

Eu era um pedacinho de gente que ele ajudou a por no mundo.

Mas... quem seria eu?

 

Quantas esperanças, sonhos e sacrifícios havia feito ele, para obter aquilo que pensou ser o maior presente de

sua vida,

Aquela coisinha fofa de olhos amendoados e lábios rosados.

Tantas vaidades à minha volta, tanto orgulho.

Mas... quem seria eu?

 

E quando abriu a porta de seu lar, uma golfada de leite sujou a minha roupinha.

Ui! Ela arrotou minha querida, disse ele preocupado

com a filha.

Mamãe sorriu vaidosa.

Entramos em silêncio, disse ele à meia voz.Fique quieta! Ela dormiu outra vez.

Sorri... eu sonhava com os anjos naquele momento feliz.

Papai sem tirar os olhos de mim, me beijou e me deitou

no berço alvo.

Dormi banhada de amor e segurança.

Mas... quem seria eu?

 

Ele fechou a porta e saiu.

Segundo depois eu acordei.Essa foi a primeira vez que

me vi só.

Chorei todas as lágrimas que havia guardado quando

ainda estava na barriga de cuia, o berço nobre que me sustentou nove meses.

Foi aí que gritei pela primeira vez mãe..e...e..e........e

Quem me disse que eu tinha uma mãe? Quem?

Ela veio se arrastando, segurando nos pontos frescos da cesárea; me levantou e me beijou; eu estava aos gritos, ela me esquentou entre os seios e perguntou com amor nos lábios; “tem fome filhinha?”

Olhei aquela santa criatura e as lágrimas caíram entre

seus seios.

Quem seria eu?

 

Vieram os primeiros passos, as quedas... e então finalmente. aprendi a falar.

Fui aprendendo a amar, aprendi a rezar, a ter fé e a respeitar os homens.

Aprendi a desculpar os erros, a observar a vida com cuidado e paciência.

Com a puberdade vieram as descobertas e alguns tropeços.

Meus pais ali: cuidando, orientando e desejando sempre o melhor para toda a família.

Um dia me vi vivendo a minha primeira aventura

de amor.

Foi bonito, mas doeu mais do que durou.

E então me apaixonei pelos pássaros e pelo futebol.

Mas quem seria eu?

 

Tempos depois dei um cheiro no cangote de minha

mãe e entrei na universidade.

Eles roeram pupunha para pagar a universidade;

me formei.

Felizmente!

De acordo as circunstâncias políticas sociais e econômicas do país, decidi

Me mudei para exterior.

Encontrei um mundo surpreendente, original e ao

mesmo tempo prático.

E como acontece em toda família, nós tivemos

diferenças de opiniões.

Eles eram donos de uma inteligência privilegiada

e me fizeram entender

Que a minha vida dependia somente das minhas ideologias e crenças.

Mas quem seria eu?

 

Encontrei o amor, nos casamos e as sementes deram frutos.

Os avós orgulhosos traziam nos lábios o mel daquele beijo, que ainda hoje não esqueci.

Por uma razão qualquer do destino, perdi o meu

esposo que faleceu repentinamente... fiquei eu e

meus dois filhos. Voltei à estaca zero.

Graças a Deus eu tinha os meus velhos pais,

tinha fé em Deus e meus filhos.

Eu que vivia me perguntando quem seria eu?

Encontrei a resposta.

Eu era uma mulher forte, sincera, que teve a sorte de desde que deu o primeiro suspiro aceitar o amor com humildade e gratidão.

Essa sou eu!

 

 

 

 

 

 

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